terça-feira, outubro 26, 2004*
Faroeste atípico
Desaparecidas (The missing, 2003)
Dir.: Ron Howard
Elenco: Cate Blanchett, Tommy Lee Jones, Evan Rachel Wood, Jenna Boyd, Aaron Eckhart
No trailer, Desaparecidas se vende como um thriller, passado no século XIX, sobre uma mulher que tem a filha seqüestrada e tenta encontrá-la. A sinopse está certa, mas, quanto ao gênero, não passa de uma propaganda enganosa. E em questão de marketing, a estratégia não poderia estar mais certa, já que filmes de suspense, atualmente, dão muito mais bilheteria do que faroestes em geral.
Então, o filme é um faroeste, com história de faroeste, fotografia de faroeste e atuação de faroeste. Na verdade, parece um faroeste dos anos 70, ao estilo Leone, mas muito mais feminino. O mocinho aqui é uma mãe solteira que se reconcilia com o pai índio para encontrar a filha.
O que faz, então, desse filme algo tão diferente de um western tradicional? Em primeiro lugar, não se fazem mais faroestes dos anos 70 no século XXI. Em segundo lugar, Ron Howard pode ser fã de Leone, mas não é ele e isso aqui não é Cocoon. Por último, Desaparecidas se afasta um pouco do modelo tradicional de bangue-bangue e dos confrontos em cidades-fantasma.
A direção apresenta um filme ao estilo dos filmes de Ron Howard, conduzindo o elenco de maneira emotiva e forte, quase sempre com um discurso dramático como suporte de cada um deles. Essa dramaticidade dá certo em Desaparecidas, que é esteticamente um filme de velho oeste - com índios e tudo -, mas com o jeito rígido e comum de direção do cinema narrativo americano.
Por que Desaparecidas sequer estreou nos cinemas, indo direto para as locadoras, é uma pergunta a ser respondida pela Columbia, distribuidora do filme no Brasil. Apesar de ter afundado na bilheteria, obteve críticas decentes e Cate Blanchett chegou a ser cotada para o Oscar. E o público brasileiro em geral adora um Tommy Lee Jones em qualquer elenco.
Cate Blanchett comprova seu talento como atriz, sem exageros e extravagâncias, e Tommy Lee Jones faz seu papel sério de sempre, com sua usual figura paterna, mas excêntrico demais, na pele de um índio chamado Chaa-duu-ba-its-iidan. Enquanto Evan Rachel Wood foi superestimada pela crítica nas poucas cenas em que aparece, a surpresa fica por conta da atriz Jenna Boyd, que interpreta a filha mais nova da protagonista, e atua com seriedade e profissionalismo maiores do que o que se exige de uma criança de 10 anos.
Se Ron Howard faz um tipo de western diferente, ele faz questão de não nos lembrar disso, abusando de paisagens áridas, filtros amarelos, grupos de índios e um sol escaldante. Nesse caso, ser um western diferente seria uma vantagem e Desaparecidas não estaria esquecido em prateleiras quaisquer. Por outro lado, se fosse criado um ambiente de suspense, como prometia o trailer, seria um filme comercial qualquer e Howard perderia sua - possivelmente - única chance de filmar algo que ele realmente queria, sem restrições. E é aí que está o mérito do diretor.
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segunda-feira, outubro 18, 2004*
SPOILERS AHEAD
You're my favorite person
A melhor declaração de amor do cinema. Alguém me explica esse filme, de novo.
David Carradine as Bill a.k.a. Snake Charmer
&
Uma Thurman as The Bride a.k.a. Black Mamba a.k.a. Beatrix Kiddo a.k.a. Mommy
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quinta-feira, outubro 07, 2004*
46 códigos, 9 canções, 1 regra, 52 filmes
Muito difícil fazer essas listas. Provavelmente não tem nada de certo aí, já que eu vi muita coisa boa e muita coisa diferente.
Melhor filme
1) Os sonhadores
2) Herói
3) A corporação
4) Vera Drake
5) The edukators
6) Código 46
7) Pra que serve o amor só em pensamento?
8) O abraço partido
9) Coffee and cigarettes
10) Ninguém pode saber
11) Hora de voltar
12) O operário
13) As mulheres da Rosenstrasse
14) Agente triplo
15) Comme une image
Melhor direção
1) Zhang Yimou (Herói)
2) Bernardo Bertolucci (Os sonhadores)
3) Mike Leigh (Vera Drake)
4) Eric Rohmer (Agente triplo)
5) Michael Winterbottom (Código 46)
Melhor roteiro
1) O abraço partido
2) Comme une image
3) The edukators
4) Código 46
5) Hora de voltar
Melhor ator
Kevin Bacon (The woodsman)
Melhor atriz
Imelda Staunton (Vera Drake)
Pior filme
1) Canções da noite
2) Garota estratosfera
3) A ferida
4) Traficante
5) Uma amizade sem fronteiras
6) Casa dos bebês
7) Spartan
8) O intruso
9) Sob o céu do Líbano
10) Max e Mona
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I'm not everybody
C'est fini. Ano que vem tem mais. Daqui a pouco eu termino o diário do Festival e escrevo meus artigos.
De volta à vida normal, agora.
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Coisas a se fazer na vida normal: cortar o cabelo, começar a nadar, voltar a andar de ônibus, voltar a poupar dinheiro, voltar a ir sessões normais de cinema, comprar roupas. Ah, voltar a ir à faculdade e ler os textos atrasados.
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terça-feira, outubro 05, 2004*
Diário do Festival do Rio 2004
Domingo, 26 de setembro de 2004 - 3º dia do Festival
Um grande dia, sem dúvida, com ótimos filmes.
O Operário, filme de Brad Anderson, diretor de Session 9, não é um suspense tão bom quanto o anterior, mas ainda consegue ser um bom filme. O roteiro é um pouco fraco e até previsível, em certo ponto, mas a direção e a fotografia contribuem para a construção de um ambiente misterioso, obscuro, criando o suspense. Bom elenco e boa idéia original. 3.5/5
Ninguém Pode Saber me surpreendeu muito. Geralmente tenho medo de filmes longos e dessa vez não foi diferente. Mas os 141 minutos ajudaram a desenvolver um dos melhores dramas que eu já vi. Não é à toa que o filme foi indicado à Palma de Ouro e o ator Yûya Yagira ganhou o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes. Vou escrever um texto sobre esse depois. 4.5/5
Um Lugar Entre os Vivos tem uma premissa interessante, sobre um escritor que começa a escrever um romance baseado nos relatos de um assassino e, à medida que o livro é feito, os crimes continuam a acontecer. Infelizmente a sessão atrasou e, como tinha outro filme logo depois, nao fiquei até o final. Mas não parecia grande coisa. Há uma tentativa de criar um ambiente noir, mas a coisa é tão exagerada que chegou a irritar. Só não sei se o exagero era sério ou se era um deboche. -/5
Os Sonhadores também entra na lista dos melhores do Festival. Bernardo Bertolucci é um grande diretor e esse filme é uma declaração de amor ao cinema. As montagens de cenas do filme com cenas de filmes clássicos ficaram perfeitas. A única falha foi não ter aproveitado melhor as revoltas estudantis de 1968 como pano de fundo. E eu não me importaria se o filme mostrasse isso e tivesse quase três horas de duração. 4.5/5
Agente Triplo é o primeiro filme de Eric Rohmer que eu vi. Achei um estilo de filme bem diferente, sem trilha sonora, baseado totalmente em diálogos, com uma direção técnica, mas talentosa. Todas essas características conferiram um aspecto teatral, mas muito interessante. 3.5/5
Eu sei que esses comentários estão pouquíssimo informativos e muitíssimo mal escritos. Mas paciência, porque não dá tempo de escrever grandes artigos sobre todos os filmes. Vou escolher uns três ou quatro pra fazer isso.
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Quem: Bruno Boghossian
De quando: 30/03/1986
Onde: Rio de Janeiro
Quê: Comunicação Social (ECO/UFRJ - 2004/1)
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