Duas constatações

Eu vivo em um mundo onde só o que é inovador é considerado bom e é sinônimo de criativo. Usar modelos bons ou fazer uma coisa de maneiras diferentes não vale mais nada. Quem já viu O Tigre e o Dragão não precisa ver mais nenhum filme oriental.

A cada dia que passa eu me assusto mais com essas pessoas que abrem e encaminham apresentações em Power Point com fotos de crianças vestidas de flores, seguido de uma mensagem de paz, amor, luz e vida.

Mirror, mirror on the wall...

...who's the most pseudo one of all?

Maratona Jean-Luc Godard na sexta-feira, dia 03 de dezembro no Telecine Premium.
17h50 - Acossado
19h25 - Uma mulher é uma mulher
21h00 - Alphaville
22h50 - O demônio das onze horas

Deus, o diabo e Janis Joplin

Eu fiquei reparando nos blogs das pessoas que eu conheço. Alguns são narrativos, relatando acontecimentos (ou seriam fatos?) cotidianos. Alguns discutem eventos da atualidade, como política, economia e esportes. Alguns publicam contos e obras literárias afins. Alguns fazem críticas de filmes, invariavelmente. Alguns publicam ensaios filosóficos. E existem alguns que se satisfazem ao discutir a quantidade de horas que Deus passa ouvindo Janis Joplin, descobrir o que o Pink Floyd estava pensando quando resolveu gravar The Dark Side of the Moon ou refletir sobre os velhos dilemas de "quanto mais queijo, menos queijo" e do duelo da meia Vivarina e da faca Ginsu (inutilmente, já que obviamente esse encontro foi o que provocou o big bang).

Então eu percebi que meu blog nao tem nada disso. Obviamente eu não faço nada que mereça ser relatado (e nem gosto de ficar narrando minha vida pessoal todos os dias aqui), não acho que alguém se interesse em ler minhas análises políticas, não tenho capacidade criativa de escrever contos, faço críticas de filmes mas desisto na metade, não tenho capacidade intelectual de discutir Platão (serve O Mundo de Sofia?) e não consigo parar de escrever nessa porcaria.

Parece que pensar sobre questões existencialistas envolvendo queijos e outros laticínios é interessante, mas também não é lá muito fácil. Prefiro continuar com meus posts que não falam sobre absolutamente nada, mesmo quando discutem a evolução da cultura cool, o último episódio de Melrose Place, a temperatura ou alguma coisa que eu finjo que sei sobre críticos literários russos.

Summeeeeeeeeeeeeeertime time time

Falta pouco...

Teoria da Comunicação II
Laboratório de Texto Jornalístico
Língua Portuguesa II
Comunicação, Cidadania e Política - 01/12
Comunicação e Psicologia - 01/12
Sistemas e Tecnologias de Comunicação - 01/12
Linguagem Audiovisual I - 07/12
Comunicação e Economia - 09/12
Cultura e Sociedade Global - 15/12

Eu poderia começar um post sobre o sensacionalismo grotesco na cultura de massa. Eu poderia começar um post citando Bakhtin. Eu poderia narrar meu dia e dizer que eu fui pra aula pra ver uma aula e nem me irritei por causa disso. Eu poderia ressaltar que está muito calor. Eu poderia dizer mais uma vez que eu preciso de férias. Eu poderia falar sobre o cinema popular da Rodinha (sic) Garotinho ou de como fazer uma matéria jornalística à distância. Eu poderia me vangloriar pelo fato se eu ter usado um (sic) pela primeira vez nesse blog. Eu poderia fazer um post ridículo e patético sobre tudo o que eu poderia fazer aqui, mesmo sem a menor intenção de fazer nenhuma dessas coisas, só pra camuflar o fato de que eu não tenho nada pra dizer.

Eu li um post no blog do Guga sobre todas as pequenas coisas da vida que ele adora. Fiquei com inveja. Não de beber Ice Tea de limão ou de humilhar professora idiota, mas simplesmente de um dia parar pra pensar nisso.

Adoro Bakhtin!

Alguém tem que me lembrar de não começar séries de posts que eu nunca vou terminar.

Temporada 2004/2005
Comentários de Quarta-feira

Mais um post sobre séries de TV. É curto, mas pulem à vontade.

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Alias - Sony - 19h

Como é que uma série que era tão interessante na primeira temporada pode se embriagar com um mistério a la Código DaVinci e se perder completamente? Quando é que Alias deixou de ser um ótimo drama de ação e espionagem pra virar um romance patético? Sö posso supor que JJ Abrams deve ter enlouquecido.

Essa terceira demporada da série parece que não vai ser nada boa. A verdade é que os roteiros têm caído de qualidade cada vez mais. E existe uma hora em que não pode ficar pior. Não tem Jennifer Garner que salve. Aliás, não sei por que elogiaram ela nesse primeiro episódio. Agora dá pra perceber, exatamente, que ela não é grandes coisas - atuando.

Seria melhor voltar dois anos no tempo e ter as histórias da primeira temporada, mas com a Lena Olin no elenco. Aí, sim, seria Alias.

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Jack and Bobby - Warner - 21h

Parece ser um drama legal. A premissa é muito interessante e só depende dos roteiros pra dar certo. Os depoimentos "do futuro" intercalados com as cenas "do presente" foram uma boa idéia, mas direção, produção e atuação são exageradas e exaltadas. Meloso demais.

Apesar de Grace McCallister ser cópia de C.J. Cregg, personagem de The West Wing, é a melhor coisa que Jack and Bobby revelou nesse episódio. De resto, podemos esperar que seja uma série legal, se não abusar dos momentos Everwood, de cenas em câmera lenta e muitos ataques histéricos. E, depois de ver o segundo episódio, tenho que torcer para que os roteiros melhorem um pouco.

The importance of being cool

A evolução da cultura cool - música e cinema - ao longo do tempo, segundo minha futura tese de mestrado em Comunicação e Cultura, a ser orientada pela pessoa mais cool que eu conheço: o Aluízio.

Música clássica + realismo > Jazz + musicais > Minimalismo + surrealismo > Rock 'n roll + Kubrick > Techno + videoarte > Indie rock + filmes independentes

O que vem, depois?

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Hoje eu fiz dois planos importantes para o futuro próximo: ver a Norah Jones no Ribalta e passar uma semana em Nova York, nas férias.

Constatações de um título repetido

Esse calor está insuportável. Literalmente insuportável! Daqueles que não dá pra agüentar MESMO. Chegou aquela época horrível chamada verão. Chegou cedo demais.

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O que é mais lamentável no jornal de hoje? Ver três presidentes latino-americanos se exercitando em Copacabana e mostrando seus dotes físicos, a foto ridícula do presidente americano ou ler a manchete "Política externa de Bush seguirá unilateral" e saber que, provavelmente, 59 milhões de pessoas ignoram esse fato?

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Acabei de ver Confissões de uma mente perigosa. Charlie Kaufman genial.

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Não disse que esse calor é insuportável? É desanimador. Não dá vontade de fazer absolutamente nada. É um sacrifício ir pra aula e até raciocinar. E eu estou encharcado de suor, literalmente.

Aluguei Nixon e duvido que consiga ficar mais de três horas na frente da TV nesse calor. Que o ar-condicionado me ajude.

Texto horrível, repetitivo e desconexo = delírio = calor INSUPORTÁVEL

Temporada 2004/2005
Comentários de Terça-feira

Post longo sobre séries de TV. Quem não tiver paciência, pode pular. E serão vários, essa semana, então aguarde.

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Will & Grace - Sony - 19h

Will & Grace é incostante por ser uma comédia que abusa de momentos de drama à la telenovela e por ter protagonistas tão bundões e patéticos que chega a dar raiva. Por outro lado, os coadjuvantes Karen e Jack são dois dos melhores personagens - e atores - que a TV americana tem atualmente.

Desde que eu me lembro que essa série existe, ela sempre foi uma comédia cheia de sarcasmo com alívios dramáticos. E o primeiro episódio dessa sétima temporada comprova melhor do que nunca essa lembrança. Por que, depois de terminar uma temporada com um gancho dramático, começar a temporada seguinte do mesmo jeito? É meio desanimador ver uma comédia com 50% de graça.

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Joey - Warner - 20h

A série derivada da comédia de sucesso Friends não animou o público nem a crítica. Os níveis de audiência são extremamente menores que seu antecessor e os comentários por parte da imprensa não impulsiona o programa. A verdade é que, por enquanto, Joey não parece ter vida própria. Parece mais um episódio especial de Friends e que, na semana seguinte, tudo voltará ao normal, com os seis amigos vivendo felizes e serelepes em Nova York.

Apesar de manter a criatividade nos roteiros, a premissa original é fraca, uma vez que Joey é o personagem menos desenvolvido do grupo de Friends. Talvez seja por isso que os produtores resolveram usá-lo para um spin-off. Monica, Chandler, Rachel, Ross e Phoebe cresceram ao longo dos 10 (longos) anos de Friends, mas Joey pareceu ficar em 1994. Essa primitividade do personagem já foi tão explorada que parece difícil sair algo de bom em mais uma série semanal.

Pra completar, Matt LeBlanc não é um ator excepcional, mas dá pro gasto. O problema volta a ser o desgaste do personagem. Qualquer frase, qualquer movimento, mesmo que inédito, parece um clichê. No restante do elenco Drea DeMatteo e Paulo Costanzo são bons atores e podem desenvolver bons - e novos - personagens.

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Summerland - Sony - 20h

Pateticamente Spelling. O tal "mago da televisão" pode não estar escrevendo, dirigindo ou produzindo diretamente Summerland, mas se ele quis investir numa série, deve ter algo de muito errado no programa.

Nesse caso, é previsível e mal-feito, mesmo. A premissa é decente, mas todo mundo sabe que daqui a 3 episódios ninguém vai nem lembrar que os pais das crianças morreram no acidente mais mal explicado da história da televisão. Aliás, é vítima de um roteiro ridículo, cheio de pontas soltas e com direito a clarividências por parte da protagonista.

Falando nela, Lori Loughlin é uma atriz muito mais-ou-menos. Mas e daí?

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CSI: Miami - Sony - 21h

A estréia da terceira temporada de CSI: Miami mostra como a equipe do produtor Jerry Bruckheimer acertou e consertou os erros de construção da CSI original. Principalmente o desenvolvimento dos personagens, as coisas parecem bem melhores. David Caruso e Khandi Alexander são duas marcas do elenco forte escolhido para a série, em contraste com os atores medianos da primeira série.

Porém, cai-se em um problema inescapável a esse tipo de série: a repetitividade. Gravar 22 episódios por temporada com os mesmos personagens provoca uma certa irregularidade nos roteiros e pouca criatividade, o que já se viu em CSI. Mas como os produtores já aprenderam certas lições, isso parece acontecer mais sutilmente em CSI: Miami.

E, bem, Bruckheimer é Bruckheimer. Como em qualquer série produzida por ele - até mesmo na top de linha Without a Trace -, está presente a padronização do cinema de massa norte-americano (há quem se sinta ofendido por cinema-pipoca), da direção à produção, e até mesmo nos roteiros. Nesse primeiro episódio da terceira temporada, por exemplo, a primeira seqüência mostra um iate derrubando uma ponte. Não poderia ser mais superproduzido do que isso.

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Dr. Vegas - Warner - 22h

Não poderia ser uma surpresa melhor. Esperava uma série do tipo "Oi, eu sou Rob Lowe, aquele ator que todo mundo gosta. Agora eu sou um médico cool e arrogante em Las Vegas e salvo a vida de milhões de pessoas todos os dias. Quer passear comigo?" ou algo do gênero. A verdade é que ele é Rob Lowe e é um médico em Las Vegas, mas qualquer chance de isso ser uma porcaria é destruída por um roteiro ótimo e um elenco forte.

Joe Pantoliano não poderia intepretar um personagem melhor do que um gerente de cassino e isso me faz ficar mal por não tê-lo visto em The Sopranos. Lowe tem uma interpretação cool, de fato, mas não arrogante, como de costume. Pra completar, Tom Sizemore interpreta um segurança do hotel.

Como nem tudo é perfeito, é óbvio que o personagem tem um problema de jogo e uma filha que provoca crises sentimentais. O que mais poderia acontecer em Vegas?

Pra variar, a audiência está uma porcaria e deve sair do ar logo.

"The Betty Boop slot machine is very successful. If guests wanna see breasts, get them a Janet Jackson machine!"

Eleitas as 59 milhões de pessoas mais ignorantes do planeta

Democratas pedem recontagem.

"There's an old saying in Tennessee... I know it's in Texas, probably in Tennessee... that says, fool me once, shame on... shame on you. Fool me... you can't get fooled again."

Vamos esperar as eleições britânicas. Se Blair ganhar, é o fim do liberalismo dentro do capitalismo. Será que vamos ver concretizada a guinada à direita que a Europa ameaçou tomar em 2002?

My fellow democrats, I am truly sorry.


"Voto pelo isolamento e onda conservadora reelegem Bush"


"Onda conservadora dá vitória completa a Bush"


"And now... four more years"


"How can 59,054,087 people be so DUMB?"