...you've been going so crazy*
segunda-feira, março 27, 2006*


Gatão de Meia-Idade e o Novo Jornalismo


- Alô?!
- Maurício?! O que você tá fazendo?
- Comendo pudim enquanto trepo com a minha mulher.
- Sério?
- Não, caralho. 'Tava dormindo, são três e meia da manhã!
- Ah, desculpa...
- ...
- ...
- E aí?!
- O quê?
- Como "o quê"?! Pra quê você me ligou a essa hora?
- Ah, sim. O presidente se suicidou.
- Quê?!
- Morreu. Em casa.
- Filho da puta! Não podia se matar antes do fechamento?
- Pois é. 'Tão te querendo na redação.
- Pra quê? Eles já tem pessoal pra isso.
- É que parece que a única testemunha é uma faxineira russa. E você fala russo.
- E ela não fala português?
- Fluentemente. Mas não é a mesma coisa.
- Como não? Não é só entrevistar a mulher, "o quê, quando, onde, como e por quê", e pronto?
- Ih, Maurício, você é muito ultrapassado, muito burocrático! A gente não quer nada disso!
- Ah, não?
- Lógico que não! Qual a graça de dar essas informações sem sal pros leitores? Cadê a verve, o plus, o azeite de dendê nessa história?
- Que azeite de dendê, Felipe? É só colocar uma foto clássica, um box com o perfil do mané, os militantes do partido chorando no meio da rua e pronto. Todo mundo vai comprar o jornal. E ainda jogamos uma edição extra na rua à tarde.
- Não, não! Nada disso! Nós não vamos fazer esse circo não. A morte dele fica em segundo plano.
- Ah, é?! O presidente dá um tiro na boca e ninguém vai falar nada sobre isso?
- Na verdade ele se enforcou, mas isso não vem ao caso. Nós vamos pegar um enfoque alternativo, que ninguém mais vai dar. É a nova linha editorial do jornal.
- E qual é esse enfoque?
- Nós vamos entrevistar essa faxineira, que trabalhava com ele há 12 anos e estava presente em momentos importantes da vida privada do presidente. É aí que você entra.
- Quer dizer que a manchete do jornal de amanhã vai ser "Faxineira russa vê presidente se matando".
- Isso! E se a gente conseguir esquecer parte do presidente, melhor ainda!
- Genial...
- Então, você precisa passar na redação pra pegar as instruções e depois começar a sua reportagem. Você vai ter duas semanas pra terminar tudo.
- Duas semanas? A notícia não vai ficar fria?
- Maurício, você não tá me acompanhando! Presta atenção! Não adianta publicar a matéria se ela não estiver completa. O Capote não demorou seis anos pra fazer a dele?
- Então eu vou entrevistar - em russo - a faxineira russa que viu o presidente se matando e fazer um texto pra daqui a duas semanas? E o cadáver do presidente vai ficar esfriando, ser embalsamado, maquiado, vestido, preparado e enterrado enquanto isso? Nada de cobrir a viúva chorando, os filhos revoltados, a missa de sétimo dia, nada?
- Exato! Nada desse mais do mesmo. Você vai passar duas semanas com uma testemunha ocular desse acontecimento. E, sem querer te deixar nervoso e tirar sua independência, se você conseguir levar ela pra cama e fizer ela se apaixonar por você, a gente ainda te consegue um aumento.
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domingo, março 12, 2006*

Música para camaleões


Sem aquele refrão, "I bet that you look good on the dancefloor" não seria NADA. Longe de ser a melhor do álbum, acho. "Mardy Bum" é uma das minhas favoritas; parece Libertines.

Aliás, Whatever people say I am, that's what I'm not (e, conseqüentemente, a banda caloura) é muito honesto. Desse gênero de brit-whatever dos anos 2000, é um dos poucos bons frutos.

Mas o hype é claro. Acho que Arctic Monkeys vai ser a primeira banda na história que vai estrear estourando e vai virar low profile no segundo álbum. Anotem, de verdade.

Qual é a história da hostilidade com bandas de abertura? Hoje mesmo li umas resenhas de shows aleatórios no Last.FM e TODOS diziam que ninguém deu a menor pelota pras bandas de abertura (e uma delas era New Pornographers!). Lembrei que isso também aconteceu aqui no Brasil com o Franz Ferdinand no show do U2 e com aqueles caras bizarros do Piauí no show do Arcade Fire.

Do Sufjan Stevens, acho que Michigan é melhor que Illinois. Vou pensar.

O novo do Belle and Sebastian é bem bom, mas acho que não bate If you're feeling sinister, que é o que eu prefiro.

Quero que parem de inventar bandas novas.
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Esqueça Paris


É impressionante. Não se pode fazer um protestozinho em Paris que todo mundo diz que "parece maio de 68". Outro dia duas donas de casa reclamaram do preço da batata com o gerente do Carrefour e 12 minutos depois a imprensa já tirava fotos pra ilustrar a manchete do jornal: "Revoltadas com a alta de preços, mulheres francesas iniciam protesto que lembra o maio de 68".

Quando a população dos subúrbios da capital francesa começou aqueles protestos no ano passado (que mais pareciam os protestos de Los Angeles de 1992, diga-se de passagem), uma dezena de editores ficou se corroendo pra fazer uma comparaçãozinha com maio de 68. Demorou mais ou menos uma semana. Primeiro porque não tinha NADA a ver com maio de 68 nenhum; segundo porque eles se seguraram, pra não pagar esse mico no comecinho e romantizar o pessoal que queimava os carros da classe média.
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about myself*
Quem: Bruno Boghossian
De quando: 30/03/1986
Onde: Rio de Janeiro
Quê: Comunicação Social (ECO/UFRJ - 2004/1)
Something to talk about: Viagens, livros, TV, cinema e música

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